terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sepulcro
















Secaram-me as fontes nocturnas

que jorravam estrelas pálidas,

nuvens densas e escuras

sempre que o Sol se punha

no horizonte desmaiado de violeta!


Nas pestanas carrego insónias

e nos olhos a névoa da madrugada…

Seguro nas mãos lívidas

o orvalho das plantas

e a luz cristalina da aurora…


Escavo na terra árida,

cravo as unhas na memória

e reencontro os espelhos de água

onde banhava o corpo cansado!


Mas as fontes secaram…

E as cinzas deslizam-me pela face…

Debaixo de cada pálpebra,

mora o sepulcro da vida!




Sem comentários:

Enviar um comentário