quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Reaprendo a voar















Escrevo e rasgo
cada letra de carne e sangue,
cada sinal que exclama turvo
na densidade do branco,
opaco e difuso,
no olhar molhado
que desliza pelos dedos magros,
onde repouso o rosto cansado…

Cravo as unhas na pele dormente…
Estou viva!
Procuro a luz mas habito a penumbra…
Nesta caverna solitária feita de musgo e granito,
grito bem alto e um eco triste
devolve-me este suplício!

Agarro-te os ramos fortes de carvalho
e subo até ao cimo deste poço…
Reaprendo a voar no dorso do vento
e juntos seguimos viagem
até onde o céu termina e começa o mar.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Pulsar da Vida!

A vertigem de me sentir viva,
correndo numa cascata de água doce,
livre, fresca, translúcida,
boiando nos glaciares cristalinos,
percorrendo o calor do deserto
numa extensão infinita de colinas arenosas,
evaporando-me no arfar quente dos felinos,
sorvendo o pólen das flores,
criando ninhos nas copas das árvores de folhas verdes e tenras,
abraçando-me a ti, oceano, viveiro deste Planeta,
para o mergulho triunfante das Orcas...


Quem somos nós neste Universo? Apenas mais um ser vivo que deve respeitar a Grande Casa onde todos habitamos: a Terra!