domingo, 20 de dezembro de 2015

Liberdade



Procuro-te com água na boca quente...
O corpo ereto e humedecido que me acaricia o ventre,
prendo-te entre as mandíbulas de carne viva
e engulo-te lentamente entre língua e garganta...

Dispo-me sob a noite fria e estrelada,
absorvendo-te o hálito licoroso
que me escorre entre os lábios da vulva.

Derreto-me na tua saliva a ferver,
cavalgo-te nua sem freio nem rédeas,
livre para te devorar sem receios.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Partida

O asfalto rijo cola-se-me ao corpo febril e nu...
Inspiro devagar o oxigénio que me chega aos pulmões
em sulcos de fumo e poças de água turva,
estou viva mas em estado de coma emocional...

O nevoeiro cerrado cerca-me a vista agora cega,
o vento empurra-me a pele dormente e pálida,
os ossos gemem mas as veias continuam adormecidas...

No cume da serra polvilhada de branco macio,
vislumbro um horizonte azul e luminoso,
banhado por teias de orvalho morno...

Quero habitar-te planeta mágico e surreal
e abandonar esta existência sem sentido...