terça-feira, 29 de março de 2011

Coroa de espinhos















Eis quando levanto a coroa de espinhos
que todos os dias me atiram,
rasgando esta carne de ira,
salgada de lágrimas e suor,
e olheiras que baloiçam no rosto febril…

As pálpebras caiem no chão como chumbo,
rolam pelo asfalto escuro
e ficam a boiar
na borda de uma poça de água turva.

Marchamos na estrada sem rumo,
de espinhos cravados no pensamento
que nos cegam e amordaçam.
Temos direito a vacinas contra a luta,
encharcam-nos com analgésicos
para mantermos este trilho sonâmbulo.

Mas chegou a hora…
Levantem esses olhos cerrados
bebam o azul onde mora a liberdade
e cortem as amarras da escravatura.

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