quinta-feira, 10 de março de 2011

Existência



















Vejo-te nua
sob a luz quebradiça
de um candeeiro de rua.
Toco-lhe a ferrugem de 27 anos,
a minha sombra difusa
estremece com o vento fraco
que sussurra a canção grave do mar.

Despida do fato social
com que te pintas de homem ou mulher,
ganhas outras cores
como os frutos de um pomar maduro
ou os corais do fundo do oceano.

És areia, terra e lua,
fonte de água pura e transparente,
rio que me contorna a cintura
e beija a foz do meu corpo.

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