quinta-feira, 21 de maio de 2015

Centopeia

Rastejas faminta, trémula
sobre cem tentáculos viscosos
pelo nervo vago e invisível
que amarra o cérebro ao estômago,
condenados a uma prisão em fúria
a uma dicotomia bélica e doentia
entre a prudência racional
e o impulso mais instintivo.

Desvias-te de cada raio de luz
que dispara entre os filamentos nervosos...
Agarras-te às paredes internas do meu corpo,
desfiando golpes profundos que me vêm à boca...
Envenenas-me com a tua gosma ácida,
que deixam um rasto de pegadas de sangue e carne viva
e sucumbo em espasmos contínuos
de lava e cinza!

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