domingo, 11 de outubro de 2009

Candelabro















A rua adormeceu no asfalto frio

sob a luz trémula de um candelabro antigo

pendurado no orvalho da manhã.


Os fantasmas fogem dos primeiros grãos de calor,

que saltitam de flor em flor nas asas de uma borboleta,

recolhem-se no seu submundo

de pântanos e nevoeiros cerrados,

enquanto as sombras levantam-se para um novo dia

polvilhado de nuvens e fios dourados.


As luzes do candelabro desmaiam,

dos seus braços enferrujados

pendem as folhas estaladiças do Outono

e as rugas de um edifício abandonado.


A terra molhada gela-me a nuca e as costas…

enrolada numa asfixia de trepadeiras,

olho o crepúsculo violeta e adormeço com a Lua!


1 comentário:

  1. sinto-me por vezes uma dessas borboletas... que carregam fantasmas, de um peso insuportável...

    bj...

    (poema belíssimo...)

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