Asfalto negro e ardente
sob os meus pés nus, sujos de sangue,
feres-me em cada passo sonâmbulo
mas ainda assim calco-te com fervor
esperando arrefecer a lava que te suga e destrói.
Nuvens brancas tingem-se de chuva cinza,
autoestradas de zombies perseguem o abismo
ladeado por pinheiros bravos despidos de folhas.
Vento de leste rebola na terra seca, estéril,
onde resiste uma rosa de espinhos vermelha,
que me bebe a água subterrânea do ventre
e alimenta-se do sémen que destilas
no movimento das placas tectónicas.
Alcatrão negro e escaldante
sob o meu corpo queimado…
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