Escuta o marulhar sussurrado nas rochas,
o prateado da luz banhando-me o corpo…
Respira o perfume adocicado dos grãos de luz
Que me polvilham os mamilos hirtos e nus!
Ergo-me para ti, em corpo de água
assim que mergulhas no meu ventre líquido…
Géisers disparam espuma branca,
adubando leitos despidos de vida…
Estrelas cadentes despertam auroras boreais
e a Lua surge cheia no horizonte!
Crescem-me ramos de flores e frutos.
As tuas raízes densas presas no meu ventre
são o meu sustento, a minha força interior,
numa simbiose onírica de searas e violinos!
As estações mudam de cor,
de temperatura e sabor,
mas vêm sempre do mesmo corpo,
do mesmo orvalho matinal,
do mesmo calor de uma tarde de sol
ou da chuva embriagada pelo arco-íris!
Amo-te!
Com toda as cores
da Primavera e do Verão,
com todos os aromas
do Outono e do Inverno!
O tempo que me guia és tu!
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