Baloiçam-me indigentes
as noites claras nas pestanas escuras
molhadas
desse orvalho das folhas
que
desliza em finas gotas,
cristais
líquidos multicores,
na
teia de aranha invisível
em
que me seguro das vertigens...
e
se me tento desprender para o voo triunfal
esses
fios tão finos como um cabelo
transformam-se
em grades de aço
e
fazem-me cativa do meu próprio dilema...
Serei
um aracnopássaro?
Palavra
ausente do vocabulário humano,
mas
que a natureza reconhece no diário da vida,
entre
as linhas tortuosas de quem chora,
porque
habita a dualidade de um ser híbrido.
As
penas coladas ao leque de filamentos de seda
formam
um paraquedas biológico
e
servem-me de ferramenta para apanhar a presa...
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