Sobre campos de feno
dourado
e um imenso azul salgado,
escuto esse canto de tenor
vindo das terras quentes
do Sul,
das crateras ardentes e
húmidas,
onde amantes se perdem em
suor e saliva,
deleite e luxúria,
escondidos numa clareira
exótica
de orquídeas e glicínias,
presos numa teia doce
de chocolate, baunilha e
canela…
… Prova-me… neste recanto
prateado da lua,
onde o tempo fica suspenso
nos teus lábios e na minha
língua,
enquanto me desenhas o
contorno da cintura
e deslizas para as minhas
coxas que se entreabrem
e clamam pela tua boca…
Escrevo-te na pele as
linhas do meu corpo,
sorvo-te cada centímetro
que cresce no meu ventre
como a areia seca que
absorve a espuma branca do mar…
Ondulo sob a copa deste
pinheiro bravo,
esfinge que nos suporta o sentido
da vida…
Entre cada raio de luz que
penetra a folhagem densa,
uma lágrima desprende-se
do meu rosto…
… finalmente entras em mim
como se fosse a última vez!
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