Pesam-me os dias
como nuvens carregadas de chuva
ou bacias de roupa suja,
que lavo na água do rio
com o esfregão contra o granito…
Pesam-me as horas
sob um sol asfixiante e seco
que me queima o rosto e os braços finos…
E os minutos marcam o passo contínuo,
irritantemente minúsculo,
como o zumbido de um mosquito
que desenha circuitos no espaço vazio…
Pesam-me os olhos negros,
pregados na dobra da minha saia de flores
e de folhos coloridos
que o vento adora beijar.
Quando sopra mais atrevido,
levanta um aroma doce de rosas e rosmaninho.
A noite liberta-me!
Puxa-me para junto das estrelas,
para o teu regaço,
é onde quero ficar até adormecer…
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