Eis quando levanto a coroa de espinhos
que todos os dias me atiram,
rasgando esta carne de ira,
salgada de lágrimas e suor,
e olheiras que baloiçam no rosto febril…
As pálpebras caiem no chão como chumbo,
rolam pelo asfalto escuro
e ficam a boiar
na borda de uma poça de água turva.
Marchamos na estrada sem rumo,
de espinhos cravados no pensamento
que nos cegam e amordaçam.
Temos direito a vacinas contra a luta,
encharcam-nos com analgésicos
para mantermos este trilho sonâmbulo.
Mas chegou a hora…
Levantem esses olhos cerrados
bebam o azul onde mora a liberdade
e cortem as amarras da escravatura.
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