Water Serpents II, c.1907
by Gustav Klimt
Crescem-me espinhos na terra adubada de lágrimas,
despontam-me pétalas de sangue,
as folhas tolhem de dor e apodrecem…
O caule geme, contorce-se
e tomba sobre a torrente de água salgada.
Esgueira-se para sorver uma gota
e saciar a sua sede defunta.
Não entende que a frescura do rio é letal
e que um só gole o fará definhar e morrer!
Arrastas-me imunda sobre o chão de granito…
Os grãos castanhos que me protegiam as raízes
esvaíram-se em pó, por entre as fendas das pedras.
O Sol que me elevava para o céu de algodão
perdeu-se no nevoeiro denso e escuro
e a chuva da vida tornou-se ácido!
Para onde vou, sem eira nem beira…!
Perdida…
… Isolada neste mundo zombie,
despido de vida e existência!
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