segunda-feira, 10 de março de 2014

Mergulho




















As páginas voltaram ao cal de outrora,
à candura luminosa da ausência
que dispara em flecha sobre o olhar luzidio,
plantado neste rosto sombrio
de lábios trémulos e roxos…

As raízes secaram neste plexo estéril e desidratado…
A seiva que corria feroz cá dentro
esvaiu-se numa poça de lágrimas ácidas
que me corroem o ventre ensanguentado…

Nesse espelho de água barrenta,
flutua o meu corpo dormente e gelado…
Não lhe sinto qualquer batimento cardíaco,
apenas o soluçar de mais uma lágrima perdida,
único elemento que conseguiu escapar com vida…

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