quinta-feira, 17 de março de 2011

És Eterna

Pó, luz, água…
O marulhar serpenteando-me na pele nua,
pequenos grãos deslizando nesta nudez de lua
enquanto viajo na linha ténue que me separa de ti…

Um dia no teu colo, em tua casa.
Anos de ternura guardados dentro de mim.
Memórias que se renovam a cada lágrima
ganham vida no olhar turvo
com que desenho figuras imaginárias
ilusões feitas de algodão e açúcar.

E mesmo quando não estava lá,
tinha-te cá dentro…
Vives no meu jardim de rosas e tulipas,
por isso és eterna.
Apanhas a brisa da primavera
e voas com as andorinhas,
por fim, regressas com as estrelas
e formas uma nova constelação.

...

É para ti este poema avó. 
Partiste, mas continuas viva cá dentro!


2 comentários:

  1. Só há destinos belos na grande viagem da tua avó. Mas há um local do qual ela não vai sair nunca: do teu coração e deste belo poema.
    Lamento muito pela tua perda. Coragem.

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