segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Numa noite...




Numa noite, a escutar e a ver David Fonseca, ao vivo, vi-me, de repente, presa nas páginas de Virginia Woolf:

"...sinto-me a flutuar, sem possuir um porto onde ancorar, incompleta, incapaz de construir uma câmara de vácuo, um muro, onde possa colocar estes corpos em movimento."

in "As Ondas" de Virginia Woolf




Engulo as lágrimas com sorrisos de agonia,
danço em fervor e delírio…
Escaldam-me as têmporas, dilatam-se!
O sangue bombeia mais intenso no pescoço esguio
e nem o frio prateado da noite
me liberta deste estado febril!

Onde estão os fios deste nó duro
que me sufoca a garganta?
Procuro, cega, no túnel da vida…
E só encontro pedras e portas trancadas…

A brisa nocturna sussurra-me ao ouvido,
canta-me a melodia das almas perdidas!

E eu...
... escondo-me no emaranhado de fios de cabelo!
Não quero escutar… mas o uivo continua!

2 comentários:

  1. sentimento amargo e lancinante... qdo não nos secam as lágrimas que saem em risos cristalinos, quando não nos fazem companhia no meio da multidão... em que o muito é pouco e demais... em que o pouco seria tudo... se estivesse de facto lá!!!!

    um beijo

    ResponderEliminar
  2. Sim, o muito foi pouco ou nada... mas o pouco seria tudo se estivesse lá! Como me compreendes!

    beijos

    ResponderEliminar